Influência das redes sociais na juventude

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Qual a influência das redes sociais em nosso estado de espírito? Redes Sociais podem ser excelentes canais de interação entre amigos e conhecidos, mas também podem apresentar realidades muito diferentes das que são possíveis para boa parte das pessoas, onde celebridades postam apenas lugares paradisíacos, corpos perfeitos e objetos caríssimos. O quanto é positivo ou negativo em nosso estado de espírito estarmos constantemente comparando essas supostas vidas privilegiadas em relação ao nosso dia a dia?

Além disso, os aplicativos se valem de inúmeros recursos e algoritmos para prender a atenção das pessoas o maior tempo possível. Essas redes vivem de anúncios que, por sua vez, pagam por visualizações, ou seja, os aplicativos fazem de tudo para nos manter ligados em suas telas. Essas redes estão atingindo seus objetivos comerciais? Estamos passando mais tempo nos aplicativos de redes sociais do que seria indicado e saudável?

Uma pesquisa realizada pelos alunos da turma de Computador e Sociedade da FACCAT (dos Cursos da Área de Tecnologia da Informação - TI), entre os dias 28 de outubro e 11 de novembro de 2021, tenta nos ajudar a responder a essas dúvidas.

Os resultados foram muito interessantes e podem servir de reflexão para nós mesmos, bem como para pais e professores. O universo pesquisado mostrou que as pessoas sabem que estão passando mais tempo nas redes sociais do que julgam correto (ou seja, estariam, talvez, viciadas em redes sociais?). As respostas também mostraram que as aparências e fotos visualizadas "forçaram" a maioria das pessoas a tentarem mudar sua própria aparência, sendo o público feminimo ainda mais influenciado. Pode-se imaginar que, se por um lado isso pode ser visto de forma benéfica, caso a busca tenha sido saudável, por outro lado, algumas pessoas podem estar sofrendo psicologicamente por não terem ou alcançarem determinados padrões de aparência que, inclusive, podem nem ser reais se considerarmos toda a produção, filtros e alterações possíveis em fotos. Ou seja, estaríamos buscando algo inalcançável.

Convidamos a todos que analisem esses resultados disponíveis nesse artigo e tirem suas conclusões. Mas, certamente, as redes sociais mudaram toda relação de comunicação entre as pessoas e, até mesmo, a forma como as pessoas olham para si mesmas.


O universo especificado para a pesquisa baseou-se no seguinte parâmetro: pessoas que possuem entre 16 e 25 anos de idade. Onde 32,5% deles têm entre 16 e 18 anos, 30,3% tem mais de 23 anos, 17,3% está na faixa entre 19 e 20 anos, 16,3% disseram estar entre 21 e 22 anos e somente 3,5% disseram ter menos de 16 anos. Conforme demonstrado no gráfico 1.

Idade dos participantes

Grafico1
Grafico 1

As principais cidades da pesquisa foram: Parobé, Igrejinha, Taquara, Rolante, Gravataí e Porto Alegre (gráfico 3). A pesquisa obteve respostas de diversos municípios do estado, mas a grande maioria das cidades estão localizadas no Vale do Paranhana. Dentre os 277 participantes (gráfico 2), 50,2% se declararam do sexo masculino, 49,2% se declararam do sexo feminino e 0,7% outros gêneros. A ocupação dos participantes dividiu-se entre 60,3% que trabalham e estudam, 20,9% somente trabalham e 18,9% apenas estudam (gráfico 4).

Gênero dos participantes

Grafico2
Grafico 2

Cidade dos participantes

Grafico3
Grafico 3

Ocupação dos participantes

Grafico4
Grafico 4

O gráfico 5 questiona se os usuários acreditam que ficam mais tempo do que seria aceitável nas redes sociais. Nessa questão não foi estipulado o que seria um tempo aceitável, isso ficou a critério do participante decidir. Tanto o público masculino quanto feminino tiveram a maioria das respostas afirmativas, ambos com mais de 89% admitindo que gastam tempo demais na rede social (gráfico 6). Aqui já enxergamos a primeira característica dos entrevistados, na qual a maioria acredita que gasta tempo demais nas redes sociais e reconhecem esse fato.

Você já passou mais tempo em redes sociais do que seria "aceitável" durante horários de trabalho, aula, estudo, finais de semana, quando poderia estar, por exemplo, ao ar livre fazendo algo mais saudável? Ou seja, você considera que as redes sociais nos "prendem" ou até viciam?

Grafico5
Grafico 5
Grafico6
Grafico 6

As próximas perguntas foram sobre a influência que a rede social teria sobre a autoestima dos entrevistados, onde eles conseguem perceber que existe uma influência das redes sociais quanto a sua aparência, pois 70,4% dos participantes da pesquisa afirmaram que em algum momento já se sentiram mal em relação à sua própria aparência, ao se deparar com publicações em que outras pessoas ostentam um padrão de beleza supostamente e relativamente superior (gráfico 7). Conforme comparação realizada no gráfico 8, é possível observar que o público feminino possui uma característica onde elas têm mais chances de terem dúvidas sobre a própria aparência, sendo mais de 82% de respostas positivas.

Você já se sentiu mal em relação a sua aparência física quando comparado com fotos de outras pessoas, famosos, fitness etc. de redes sociais?

Grafico7
Grafico 7
Grafico8
Grafico 8

Essa característica ficou ainda mais evidente na pergunta seguinte, onde 69,2% do público feminino (gráfico 10) afirmou buscar melhorar a sua aparência em decorrência do sentimento gerado. Em contraste com apenas 47,6% do público masculino. Isso só confirmou que o público feminino parece dar mais atenção a aparência e como é representada na rede social.

Se sua resposta foi sim para a pergunta anterior: você se influenciou a buscar melhorar sua aparência por essa sensação? (Não que "melhorar a aparência" seja algo obrigatório, ou seja, talvez o fato de alguém sentir essa necessidade já seja uma influência externa) (Obs: Esse gráfico foi criado so com os que responderam sim na questão anterior)

Grafico9
Grafico 9
Grafico10
Grafico 10

Do total de participantes, 45,5% já sentiram inveja de pessoas que postam fotos em lugares magníficos ou até mesmo, festas. Em contrapartida, 54,5% das pessoas mostraram não se importar por posts que mostram a maravilha das redes sociais (gráfico 11). Logo, conclui-se que a inveja não é uma característica do público pesquisado. Mesmo se sentindo mal quanto a aparência como as outras perguntas mostraram, o público ainda não sente um sentimento de inveja quanto aos posts.

Você já sentiu inveja de outras pessoas que postam fotos em lugares (supostamente) maravilhosos ou festas (supostamente) fantásticas?

Grafico11
Grafico 11

Para o fechamento, os gráficos 12 e 13 demonstram que 17,2% dos participantes sentem que redes sociais são positivas em suas vidas, sendo que dessa porcentagem, 20,80% é do sexo masculino e 13,80% do sexo feminino, mas em contrapartida a essa questão, 5,1% dizem que as redes sociais são negativas em suas vidas, onde 6% é do sexo masculino e 4,10% do sexo feminino. Para a grande maioria das pessoas entrevistadas, ou seja, 69,3%, equivalendo a 71,10% do sexo masculino e 67,60% do sexo feminino, as redes sociais são positivas em suas vidas, porém devem controlar o número de horas gastas com elas. Podemos assim, relacionar esse resultado com os da primeira pergunta, pois a maior parte dos usuários reconhece que passa mais tempo do que seria aceitável nas redes sociais, porém reconhece que precisaria controlar mais essas horas. Logo esses participantes consideram que não possuem controle sobre seu tempo, a rede social é realmente viciante e o público parece reconhecer esse vício, porém ainda não existe tanto esforço para controlar esse tempo. Retomando à pergunta dos gráficos 12 e 13, cerca de 8,4% das pessoas afirmam que as redes sociais são negativas em suas vidas, no entanto, não conseguem parar de utilizá-la, esse grupo é composto por 2% de participantes do sexo masculino e 14,50% do sexo feminino.

Considerando suas respostas anteriores, você pode concluir que:
Opção 1: Redes sociais são positivas em minha vida
Opção 2: Redes sociais são negativas em minha vida
Opção 3: Redes sociais são positivas, mas talvez eu devesse controlar mais o número de horas que gasto com elas
Opção 4: Redes sociais são negativas em minha vida, mas não consigo parar de usá-las

Grafico12
Grafico 12
Grafico13
Grafico 13

Após análise feita com base nos dados obtidos por meio da pesquisa e considerando os resultados, constata-se que a maioria das pessoas dentro do universo pesquisado acredita que as redes sociais possuem alguma influência negativa em suas vidas. Uma boa parcela considera que passa tempo demais navegando nestas plataformas e em algum momento já se sentiu mal em decorrência das publicações de outras pessoas. Ou seja, as redes sociais são viciantes, o público da pesquisa demonstrou isso por meio das perguntas 1 e 5, expostas nos gráficos 5 e 12, porém é difícil controlar o tempo gasto. É possivel afirmar que os pesquisados não reconhecem um sentimento de inveja em relação aos posts, porém confirmam que se sentem mal em relação a si próprios. Uma pequena porcentagem de indivíduos afirmaram que as redes sociais seriam negativas. Pode-se considerar que na maioria, a rede social é positiva e possui influência em suas vidas e até mesmo em suas aparências. Desse modo, assim como em outras questões em nossa sociedade, é necessário usar com equilíbrio, para que as redes sociais sejam algo bom, e não algo que prejudique-as, seja em questões dos relacionamentos intrapessoais ou interpessoal.

Professora da disciplina: Flavia Pereira de Carvalho

Consultoria Estatística: Professor Reginaldo Rocha Caetano

Alunos: Adrian Gabriel Santos da Silva, Alan Matheus Rizzi, Arthur Lima de Souza, Augusto de Souza Corrêa, Daiana da Silva, Dieison Santos, Dionatan da Silva, Eduardo Faoro, Flavo Barth, Francine Beschorner Gonsalves, Iasmin Hahn Oliveira, João Paulo da Rosa, João Pedro Knobelock Ferreira, Juliano Rehling de Lima, Luciano Rafael da Rosa, Lukas Castioni, Raul Matheus da Cruz, Reginaldo Rodrigues Machado, Vinicius Hoffmann, William Eduardo de Castro dos Santos